Catequizar hoje com leveza, alegria e coragem

Escrito por omensageiro_master

É preciso propor um diálogo que estabeleça uma verdadeira pedagogia catequética de escuta e do anuncio de Jesus Cristo em linguagem acessível e atual.

O mundo que devemos evangelizar…

“Ser cristão é sentir-se sempre um principiante na fé e assombrar-se sempre de acreditar no Evangelho em um mundo onde predomina a indiferença e onde a mensagem cristã vai se vulgarizando na rotina do demasiado conhecido” (Henri Bourgeois, 1934-2001).

Permitam-me mais uma vez insistir que, nos dias de hoje, ser cristão é um critério de aceitação na vida social; por outra parte, exige a conversão à vida cristã com mudanças alicerçadas em um sério itinerário de fé.
Na sociedade atual, não se pode desconsiderar a fé cristã. Ela deixou de ser uma realidade na maioria das pessoas; acabará tornando-se uma experiência de fé das minorias. Hoje, em geral, a sociedade não crê; é na prática ateia, agnóstica ou, no dizer do papa Francisco (1936-), pelagiana ou semipelagiana.
É uma sociedade muito confusa, à procura de quaisquer formas do sagrado. Com frequência, não participa de uma prática séria de fé. Mas há ainda muita devoção aos santos e a Nossa Senhora. O pluralismo social e religioso que a sociedade vai apresentando cada vez com maior força poderia ser um caminho que “poderia facilitar” a vida com mais liberdade e viver melhor a proposta cristã, mas não sempre é assim.
Diante desse panorama, devemos trabalhar criativamente, propondo variados caminhos, estratégias, propostas e itinerários. É claro que nos deparamos com um grande analfabetismo religioso por parte dos adultos, tanto nos participantes quanto nos mais afastados. As famílias não têm na sociedade o apoio à escolha religiosa e muito menos na vida familiar. No entanto, é sempre grande anseio de todos o sentido profundo de procurar um propósito certo à vida e à sede de transcendência.
No linguajar de todos os dias, dá a impressão de que “não nos lembramos de Deus”; há uma grande indiferença religiosa, que não fala nem a favor nem contra Ele: simplesmente prescinde d’Ele.

Um jeito alegre e desafiador de catequizar

Segundo o professor de Cultura Religiosa e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Edward Guimarães, o cristianismo deve ser vivido e anunciado exercitando o diálogo, o sentido coletivo e humanitário, assumindo o compromisso ético em defesa da vida, catequizar com leveza, alegria e com coragem profética em modo a fazer acontecer uma relação profunda e pessoal com Jesus e Seu projeto de vida. Aprender a comunicar Seu modo e Seu estilo, desenvolvendo uma relação de fascínio com Ele que leve as pessoas a um feliz e comprometido seguimento.
Se quisermos ser fiéis à Igreja do Evangelho e ter criatividade ao transmitir a pessoa de Jesus Cristo, o melhor caminho será abraçar a oferta de processos iniciáticos em nossas comunidades. Como seria essa nova catequese que apresente a característica de ser alegre iniciadora a um novo discipulado?

1) Contemplativa: Que olhe a realidade que temos nas paroquias e comunidades, prestando atenção de “superar a crise na transmissão da fé” por meio de uma conversão pastoral e direcionada a um novo paradigma catequético.
2) Discernitiva: Para procurar caminhos e itinerários adaptados segundo a inspiração catecumenal.
3) Propositiva: Com propostas concretas em uma Igreja “em saída”, mas, levando em conta também a situação de uma Igreja “do retorno/da volta”, para propor/preparar caminhos de discipulado e testemunho.

O que implica tudo isso? Significa propor uma catequese que proporcione vivência ou experiência do mistério da pessoa de Jesus Cristo a tal ponto que ela possa levar a um verdadeiro contato/encontro pessoal com Jesus Cristo vivo (CT, n. 5).

Isso trará os seguintes resultados:

1. O início de um encontro com Jesus que se manifeste na força de Sua Palavra.
2. Que manifeste a beleza do criado por Deus, para o bem da humanidade.
3. Um encontro que divulgue uma boa-nova esperançosa.
4. Que saiba perceber a presença mistagógica do mistério nas celebrações litúrgicas, especialmente na Eucarística.
5. Que impulsione os corações a uma mais profunda sensibilidade com os mais pobres, pois eles são nossos irmãos mais pequenos e vulneráveis.
6. Que ofereça a todos processos de conversão e comprometimento no seguimento discipular…

Diante da realidade que vivemos, não podemos desanimar em nossa atividade evangelizadora. Somos chamados a testemunhar com a palavra e a vida, com criatividade e leveza a mensagem do Reino de Deus!

Pe. Guillermo D. Micheletti

Edição de Abril/2019

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