Poderíamos chamá-lo de Santo Antônio de Pádua como é mais conhecido; ou de Lisboa, onde nasceu, e de Pádua onde morreu. Também poderia ser chamado de santo dos Milagres e do Evangelho; amigo de Deus e santo do povo. Preferimos dar-lhe esse último título porque, com isso, é sinalizada a proximidade que o santo viveu e vive com a multidão que, ansiosamente, o acompanhou e o acompanha, ainda hoje, no dia a dia. Assim como foi evangelizador e taumaturgo naquele tempo em que as pessoas o procuravam, ele ainda é alguém que se faz presente para acudir casais e famílias, bem como consolar aflitos e mostrar o caminho das virtudes nas mais variadas situações em que o povo simples e carente se encontra. Na realidade, Santo Antônio, em sua breve trajetória de vida, deixou um rastro de luz. Como monge e, depois, franciscano, soube cultivar o desprendimento e a entrega aos planos de Deus. Foi homem comprometido com aqueles que precisavam de apoio e de orientação de vida. Denunciou usurários, gananciosos (inclusive eclesiásticos), poderosos de seu tempo. Corrigiu aqueles que se haviam desviado da verdade. Por ser conhecedor aprofundado na ciência bíblica e teológica, alimentou de fé, esperança e alegria o coração das pessoas sedentas de espiritualidade. E mesmo àqueles, que não tinham sustento, proporcionou o pão, partilhando sua solicitude para com todos. Vale a pena, então, reconstruir sua figura carismática para o nosso tempo. Tivemos grandes mudanças, é verdade, com o notável avanço industrial e tecnológico de que desfrutamos atualmente. No entanto, apesar de prosperidade e bem estar veio a pandemia; ficamos mais pobres interiormente e, parece, bem mais angustiados. Falta-nos algo, porque acabamos por nos considerarmos suficientes a nós mesmos esquecendo-nos que somos criaturas, que não bastam a si mesmas. Já Santo Agostinho escrevia:” Nosso coração está inquieto até não descansar em Vós, Senhor”. Pagamos caro a recusa de olhar para o alto: somos infelizes, porque ignoramos uma experiência libertadora e saudável com Aquele que é nosso Deus, Pai e Salvador! A missão e as atividades de Santo Antônio foram todas elas voltadas para indicar o caminho da fé. E, na medida em que se reconhece a filiação divina ( todos filhos do mesmo Pai), é superado o individualismo. Somente as práticas da justiça e da fraternidade nos enobrecem. “Cessem as palavras, falem as obras”! Santo Antônio continua a nos repetir isso para que um novo horizonte se abra, colaborando a fim de que a construção da vontade de Deus se realize no “aqui e agora”. Santo Antônio nos conduza por esse caminho! Que ao longo destes dias, na espera de um novo tempo (como é chamado de “um novo normal”) não esmoreçamos. Confiemos na misericórdia divina, elevando nossas preces fervorosas!
Arregacemos as mangas para que, na solidariedade com quem mais sofre, sejamos portadores e semeadores de PAZ E BEM! Santo Antônio como santo do povo, caminhe conosco!
Frei Diogo L. Fuitem
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