Essa é uma pergunta fundamental nos dias de hoje, já que temos a possibilidade de não sermos monogâmicos e de nos reproduzir sem nenhum aparato jurídico, se o quisermos. Então, o que leva alguém a se casar? Ainda mais conhecendo a Doutrina da Igreja Católica…

Alguns se casam pelas fotografias, pelos vídeos, pela festa, pelos presentes, pela viagem de lua de mel ou mesmo para agradar a(o) companheira(o). Sim, a cerimônia de casamento é, na maioria dos casos, um projeto feminino, no qual os homens são coadjutores. Tudo é preparado em detalhes pelas mulheres.

Porém, o sentido de se casar não é apenas viver com alguém para escapar da solidão, mas compartilhar a vida. Só assim, o projeto do matrimônio não fracassará. Mas creio que a maioria das pessoas se casa para ser feliz, o que é um grande engano. Nós nos casamos para fazer o(a) outro(a) feliz e, desse modo, sermos felizes também. O casamento é um Sacramento de Serviço.

Há três categorias de Sacramento: Iniciação Cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia), Cura (Confissão e Unção dos Enfermos) e Serviço (Ordem e Matrimônio). O Matrimônio cristão está na categoria do Serviço: servindo a felicidade do(a) parceiro(a), nós também seremos felizes. Assim, o casamento, que tem seu início na cerimônia na Igreja, vai continuar por toda a vida, e em todos os tempos e lugares. O Matrimônio cristão não se resume apenas ao exercício da sexualidade, coisa boa e sadia para o casal. Mas se estende a todos os aspectos da vida em comum: criação dos filhos, partilha dos bens, hobbies, viagens, diversão, trabalho, participação na comunidade (Sacramentos e pastorais) e muito mais.

O casamento é um projeto coletivo entre o casal cristão e seu Deus; ou melhor, entre o casal e a Trindade

Quem se casa pede mais do que a bênção de Deus: pede a presença d’Ele em todos os momentos. Quem opta pelo matrimônio o faz a três: o homem, a mulher e Deus. E Ele entra para ficar, acelerando o amor, multiplicando o carinho e somando-se aos esforços. O casamento é um projeto coletivo entre o casal cristão e seu Deus; ou melhor, entre o casal e a Trindade. Entre eles, está a comunidade cristã, que não pode ser negligenciada. Não se casa para se viver apenas a dois, em uma visão egoísta e intimista, mas sim para que a família formada seja um lar: um local de aconchego e de desenvolvimento dos dons individuais. Do casal e dos filhos que virão. Também para que a família seja uma pequena comunidade cristã, o primeiro lugar de contato entre irmãos e Deus.

Um casamento é um projeto coletivo; não algo individualista e egoísta, mas verdadeiramente uma igreja doméstica. Parabéns aos que se sentem chamados a se casar: a crescer e a fazer crescer na graça de Deus. É um belo desafio que nos remete ao Criador, faz-nos mais humanos e nos torna mais santos. Por isso, com mais frequência, a Igreja vem privilegiando os casais para os apresentarem aos altares. São Luís (1823-1894) e Santa Zélia (1832-1877), rogai por nós!

 

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Ser Cristão Hoje com Pe. Paulo Dalla Dea

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Autor

  • Pe Paulo Dalla Dea

    Doutor em Teologia Pastoral, com especialização em Catequese de Crisma. Missionário da Misericórdia do Vaticano, atualmente é capelão no santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França.
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