Estamos no último mês do ano. Tradicionalmente, é uma época de festejos, em que se comemoram o Natal e um novo ano. Apesar dos apelos comerciais, na qual se exaltam a figura do Papai-Noel e a distribuição de presentes (que visam estimular o comércio, próprio do sistema capitalista em que vivemos), trata-se de uma celebração de fundo religioso: o nascimento de Jesus. Para nós, cristãos, Ele é o próprio Filho de Deus, que vem fazer morada no meio da humanidade. O relato desse evento, de uma simplicidade inimaginável para a importância de tal notícia, deveria convocar as pessoas a uma reflexão geral sobre seu significado mais profundo: Deus revela-se e é encontrado entre os mais pobres e humildes.

Porém, esse Deus frágil, que se fez humano e nasceu entre os mais vulneráveis, continua sendo um verdadeiro incômodo ainda hoje. Talvez por isso seja preferível ressaltar a figura do “bom velhinho”. Ele é mais palatável, bonachão e apela a um sentimentalismo instantâneo, em que até ocorrem a troca de presentes e o exercício da caridade, porém somente até o dia seguinte, pois, em seguida, acontece o Ano-Novo e o tal “espírito natalino” desaparece! Um Natal em que se é obrigado(a), como os magos, a empreender uma busca fundamental, parar no palácio e, no final, encontrar, em um estábulo, na periferia, um menino e sua família muito simples, perde qualquer conotação romântica, impelindo-nos a buscar verdadeiramente a Deus onde Ele realmente está. O relato do nascimento do Salvador serve para nos orientar para que O procuremos nos lugares certos! Então, deixemo-nos conduzir pelo Evangelho e não pelas ideologias deste mundo.

Nesta edição, o tema natalino é abordado sob o ponto de vista de vários autores, de forma lúdica e emocionante.

Neste número, apresentamos uma reportagem sobre a Casa dos Pobres, situada na periferia de São Paulo, que atende diversas pessoas em vulnerabilidade social! Conheçam esse projeto, conduzido por um frade franciscano e por diversos voluntários, que tenta amenizar esta triste realidade que voltou a assombrar o País: a fome. Trazemos também uma entrevista com uma promotora de Justiça do Piauí, que faz um alerta sobre o aumento de casos de violência contra a mulher, principalmente no Brasil, e ensina como identificar e se proteger de atos violentos.

Na coluna Testemunhas do Reino, o autor apresenta a mais nova beata brasileira, Benigna Cardoso da Silva, jovem vítima de feminicidio nos anos 1940, no interior do Ceará. Que ela possa ajudar a jogar luzes sobre esta triste realidade em que tantas adolescentes, jovens e mulheres sofrem cotidianamente, dentro de uma forma de pensar na qual elas são meros objetos. Que possamos quebrar essa estrutura perversa e terrível, sob a intercessão da beata Benigna.

A equipe do O Mensageiro de Santo Antônio deseja aos leitores, aos assinantes e suas famílias um santo e feliz Natal e um Ano-Novo com muita paz, saúde e prosperidade!

Uma excelente leitura a todos!
Paz e Bem!