Em 24 de dezembro, o papa Francisco (1936-) vai oficializar o início do Jubileu Ordinário, que na edição de 2025 trará o tema: “Peregrinos da Esperança”, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São
Pedro, em Roma.

A cada 25 anos, o sumo pontífice abre a chamada “Porta Santa”, para simbolizar o ingresso dos fiéis em um período marcado pela misericórdia de Deus, uma vez que, durante o ano, os católicos podem receber a indulgência plenária se cumprirem algumas práticas de piedade.

Os Jubileus podem ser ordinários ou extraordinários. Até hoje, foram celebrados 26 anos santos ordinários e três extraordinários. O primeiro jubileu cristão da história foi celebrado em 1300, pelo papa Bonifácio VIII (1294–1303), para comemorar a passagem do século. No entanto, muitas pessoas desconhecem o fato de que a chamada abertura da Porta Santa, que é um dos símbolos mais importantes relacionados a esse gesto, se tornou um ritual somente séculos depois.

Durante o pontificado do controverso papa Alexandre VI (1431-1503), mais conhecido como “papa Borgia”, a Porta da Basílica de São Pedro foi aberta pela primeira vez, por ocasião do Jubileu. Atrelado a isso, também foi criado um rito específico para esse momento. Tal informação é corroborada pelo próprio mestre de cerimônias do pontífice espanhol, Johannes Burchard (1450-1506), que narra detalhes da cerimônia marcada pelo uso de um martelo com o qual o papa, até hoje (simbolicamente) abre a Porta Santa. “Na segunda-feira do dia 23 de dezembro de 1499, o papa me perguntou o que era necessário para o início do jubileu e a abertura da porta de Ouro da Basílica de São Pedro. Respondi a ele que considerava oportuno que os pedreiros preparassem o rompimento da porta, de modo que fosse já aberta quando Sua Santidade fosse às vésperas. Chegando à basílica, o papa poderia simbolicamente dar um golpe de martelo sobre a porta que, do outro lado, já teria sido aberta pelos pedreiros”.

A partir de 1475, o papa Paulo II (1417-1471) determinou que o Jubileu Ordinário fosse celebrado a cada 25 anos. Em 1975, sob o pontificado de São Paulo VI (1897-1978), celebrou-se o Jubileu da Reconciliação e da Alegria (pós-Concílio Vaticano II). Abordando como principais temas a alegria, a renovação interior e a reconciliação, foi o primeiro jubileu a ser transmitido mundialmente pelos meios de comunicação (sobretudo a televisão).

No Grande Jubileu do Ano 2000, São João Paulo II abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro. O objetivo era destacar que, por coincidir com a virada do milênio, aquele evento deveria ser tratado como uma cerimônia de grande magnitude. Com o objetivo de possibilitar que os fiéis do mundo tudo pudessem participar do momento sem necessariamente irem a Roma, o pontífice autorizou a criação de outras portas santas. Uma delas foi construída na Basílica do Carmo, em Campinas (SP). Em 2015, o papa Francisco, no Jubileu Extraordinário da Misericórdia, foi mais além, autorizando que, naquele ano, as portas de todas as catedrais do mundo se tornassem portas santas.

Que o Jubileu 2025 seja um evento significativo para a Igreja Católica e para todos os fiéis que desejam renovar sua fé e sua esperança!

Fontes de pesquisa

• Disponível em: https://www.iubilaeum2025.va/pt/giubileo-2025/giubilei-nella-storia.html. Acesso em: nov. 2024.
• Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/bulls/documents/20240509_spes-non-confundit_bolla-giubileo2025.html. Acesso em: nov. 2024.
• Disponível em: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-02/papa-anuncia-jubileu-2025-dom-especial-graca-misericordia-deus.html. Acesso em: nov. 2024.
• Disponível em: https://www.cnbb.org.br/conheca-o-calendario-geral-do-jubileu-2025-apresentado-no-encontro-por-dom-rino-fischella/. Acesso em: nov. 2024.